top of page

 editorial 

 Rumo ao Simpósio "Sexuação e identidades" 

​

Antonio Quinet

antonioquinet@gmail.com

​

​

​

 

​

Este ano o Campo Lacaniano das Américas (Sul, Central e Norte) está em ebulição com o Simpósio Interamericano da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano sobre “Sexuação e identidades”, que se realizará no Rio de Janeiro de 7 a 10 de setembro. Informações sobre local, inscrição, trabalhos, hospedagem  podem se encontradas no site: www.simposiosexuacao.com.br.

 

Eis aqui uma abreviação da apresentação do tema:

 

A partir da sexuação lacaniana e de uma releitura da sexualidade inaugurada por Freud no início do século passado, convidamos os analistas a trazerem suas contribuições com sua clínica e essa nova lógica às questões atuais das ditas novas sexualidades e questionamentos sobre gênero e orientação sexual.

 

No Simpósio “Sexuação e identidades”, os psicanalistas poderão demonstrar como a psicanálise, longe de ser normativa - segundo algumas acusações injustificadas – dá toda a relevância à singularidade das sexualidades. Deste modo, a psicanálise não estaria bem mais próxima da crítica dos teóricos queer e estudiosos de gênero sobre o papel regulador e normativizador da sociedade que classifica, patologiza e discrimina formas de sexualidades desviantes e gêneros discordantes?

 

A psicanálise traz o questionamento das identidades ditas sexuais. Uma sexualidade é a conjunção complexa das “disposições sexuais” (Freud), dos encontros ao acaso, das identificações, e da construção da fantasia fundamental como resposta ao enigma do desejo do Outro. O resultado é o sinthoma que, ao amarrar os três registros (Real, Simbólico e Imaginário) de cada ser-para-o-sexo condensa a forma como cada um goza sexualmente a partir de seu inconsciente. Cada um tem sua forma única de ser homem ou mulher, de utilizar os semblantes dos gêneros, de se situar em relação à partilha dos sexos e de circular nas diversas posições de gozo. Eis o que aprendemos no divã a partir da prática do Inconsciente. A política da psicanálise é a política do sinthoma – sustentada pela ética de bem dizê-lo.

 

 No sexo está sempre em jogo a relação do sujeito com o radicalmente Outro – o Héteros – seja entre um homem e uma mulher, duas mulheres ou dois homens. Para haver sexo é necessária a Heteridade que sustenta as ralações sexuais entre os fala-a-seres.

 

A diferença sexual em psicanálise se conjuga com a diversidade pulsional. A sexualidade é inclassificável e isto transcende os discursos da ciência, da religião e da cultura em geral. Cada um tem sua escolha de gozo. A cada um seu sexo. A cada um sua sexualidade.

​

Os textos

Neste número contamos com os trabalhos de Gloria Sadala com seu texto “Sexalescentes”, onde aproxima a adolescência da idade dos idosos e do lugar do herói trágico; Rosana Maldonado Torres, que em seu texto “Me phynay de Édipo a Lacan” explora a expressão grega “melhor não ser” desde a tragédia de Sófocles até sua utilização por Lacan, Sheila Abramovitch que em seu texto “Josephine King: VADIA EGOÍSTA. artista mulher” mostra como as pinturas da artista têm uma função de suplência fornecendo-lhe um “ego” e possibilitando uma nomeação; Márcio Brandão em seu texto “Freud contemporâneo” nos chama a atenção de como a psicanálise é uma arma contra o mal-estar atual da civilização; Andrea Hortélio Fernandes no texto “O sonho via régia do inconsciente”  aborda o status dos sonhos durante o procedimento do passe;  Fabiano Chagas Rabelo em seu texto “O humor e o dito espirituoso no stand-up comedy e no repente”, examina essas duas formas humorísticas à luz das descobertas de Freud sobre o chiste, o humor e o riso e suas relações com o Inconsciente se perguntando sobre os limites entre a liberdade de expressão e o respeito ao outro.

 

 

A galeria de arte

Stylete 10 conta com as belíssimas aquarelas de José Alberto Nemer que é artista plástico e doutor em artes plásticas pela Universidade de Paris. De sensibilidade versátil, sua criação artística é ampla e diversificada, incluindo, além da atividade plástica, a de professor, designer, curador e ensaísta de arte. O foco principal das pesquisas de Nemer é o processo de criação, onde quer que ele se manifeste. Tendo o desenho como linguagem de alta especialização, seu trabalho obteve, entre outros, o Grande Prêmio de Viagem à Europa no Salão Global (1973) e o Prêmio Panorama da Arte Atual Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo (1980). Lecionou em universidades brasileiras e estrangeiras, como a Universidade Federal de Minas Gerais (1974 a 1998) e Universidade de Paris III / Sorbonne (1975 a 1979). Entre os trabalhos publicados, encontram-se A Criança de Sempre: o desenho infantil e sua correspondência na busca do artista adulto (Unicef, 1988), Eu me desenho: o artista diante da criação individual e coletiva (Mazza, 1991) e A Mão Devota: santeiros populares das Minas Gerais nos séculos 18 e 19 (Editora Bem-Te-Vi, 2008).

​

​

​

​

​

​

​

styelete lacaniano. ano 3. número 11.

bottom of page